sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Trincas e uivos

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Juro que não percebo. A moda da Idade das Trevas (não me peçam para a balizar cronologicamente) veio em força e parece ter sido para ficar. Mas eu não percebo. Primeiro os vampiros, que são meio de luas, invadem livros, filmes e séries, num verdadeiro banho de sangue. Depois, como se não bastasse, trazem por arrasto os lobisomens, que são de luas cheias. Não sei o que será pior: se uma pessoa nascer arraçada de morcego ou ter mais pêlo nas costas que um certo actor brasileiro.

E há público, senhores, há público para isto! E ideias novas, não? Temas inéditos, que tal? Não, deve dar muito trabalho, e o sucesso pode não ser garantido. Fosse eu argumentista e apostava numa paixão impossível entre um centauro e uma unicórnia, ou na amizade inseparável de um ciclope com uma ceguinha. Vá lá, senhores que escrevem os guiões, tenham imaginação, não se limitem ao tráfico humano (da Transilvânia para Hollywood) nem a colorir personagens antigas (como aconteceu com a Pocahontas que, não contente com as intervenções plásticas ao rosto, decidiu ficar azul).

Tudo isto para partilhar uma angústia que se apoderou de mim. Seria muito mau assistir à ante estreia do Lobisomem? Não, pois não? Era para depois falar com conhecimento de causa, não era? Pois, era mesmo isso que eu estava a pensar.

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