segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

rei morto...

Quando era mais novo achava que um rei só deveria morrer ou de morte natural, ou em batalha. Um regicídio afigurava-se por isso como um acto «anti-natural», não só pela razão óbvia, que subentende o atentado à vida humana, que só por si é deplorável, mas porque, para além do ser humano, o rei é visto como a encarnação da própria pátria na sua pessoa. Um atentado ao rei seria por isso um atentado à nação e a todos nós.
Se à época pensava desta forma, agora penso, não de forma muito diferente, mas talvez um pouco inversa. Um regicídio é condenável como é qualquer acto de violência que resulte na morte de um Homem.

Eu costumo dizer que, enquanto, que com um presidente da República podemos simpatizar ou embirrar, com um rei os sentimentos tornam-se mais fortes e por isso amamo-lo ou odiamo-lo. Nem sempre é assim, eu sei, mas penso que o é na maioria.
D. Carlos foi vítima desse ódio, fruto da radicalidade política a que se votaram os seus carrascos. Ainda que não tenha tido um fim digno de rei, pereceu como um mártir, tal como o príncipe Luís Filipe, tantas vezes esquecido.
Resta-nos recorda-los 102 anos depois.

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