O que muitos não sabem é que, na semana que já lá vai, decorreu a cerimónia de início dos trabalhos do novo Museu dos Coches. Concorde-se ou não, a atribuição de verbas ao novo museu, que afinal já é velho, pode ser motivo de discórdia (ah, e tal, é o mais visitado do país… pois, mas talvez fosse boa ideia investir nos outros para que se tornem mais atractivos).
Bom, o que realmente merece destaque é esse evento extraordinário que marcou a apresentação da obra. Não, não se tratou de um lançamentozinho da primeira pedra, aqueles típicos onde as figuras dos Estados e dos governos assentam um bloquinho de calcário no terreno, com a bênção do cardeal atirada lá para cima. Nada disso. Com este desejo de modernidade que nos caracteriza, deixando para trás a tradição dos lançamentos de pedras, o que se fez afinal? Revelou-se um tijolo!
Isso mesmo… O primeiro-ministro, a ministra da Cultura, o presidente da Câmara e outro senhor que agora assim de repente não estou a ver quem é, foram até Belém revelar um tijolo. E foi um momento emocionante, ver uma caixinha amarela (de gosto questionável, diga-se) deslizar e deixar à vista de todos um tijolo, banalíssimo, com um aparato digno de um artefacto arqueológico. Claro, o simbolismo é que conta… De resto, o próprio António Costa, pasmado ante tal revelação, lançou um «ah, isto é muito tecnológico!». Deve ser do choque…
Anseio pelo lançamento da próxima obra, a ver até onde vai a imaginação dos senhores. Será que nos reservam uma apresentação do cimento? Aguardemos. Até lá, resta torcer para que as obras do Museu, por um daqueles revezes que só em Portugal acontecem, não se fiquem apenas pela revelação do tijolo.
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