Ontem foi dia de São Benigno. Hoje é dia de São Valentim.
Era uma vez um bispo cristão… Bem, abreviemos. Diz que o tal de Valentim era uma versão romana do nosso Santo António, muito dado a casamentices, mesmo quando foram proibidas pelo imperador Cláudio. Ora, continuado ele a celebrar o tal sacramento às escondidas, para além de antecipar o registo civil com aquele género de «casamento na hora», foi previsivelmente detido por desobediência à lei. Como naquele tempo ninguém estava para brincadeiras, vai de o condenar à morte.
Os pombinhos romanos, muito tristes com o final do santo (que ainda não o era) começam a enviar-lhe coisas lamechas para o cárcere. «Ai, o amor é tão bonito», «ai, a gente ainda acredita no amor», «ai, querido Valentim, vamos casar para a semana e queríamos que fosse o senhor a oficiar» e coisas do género.
Mas, como santo que é santo não vai lá sem o seu milagre, as manifestações de apoio não eram suficientes. Entretanto, a filha do carcereiro, que era cega, enamorou-se do sacerdote. Se foi paixão à primeira vista? Duvido.
O certo é que houve alguma química, o Valentim gostou da pequena e love is in the air… Asterias, que era o nome da jovem, recuperou a visão. E o prisioneiro, num golpe de mestre, passou a ter alguém que olhasse por ele no cativeiro e conseguiu o milagre indispensável para que, depois de lhe cortarem cabeça, se tornasse santo.
Amanhã é dia de São Faustino, dia dos solteiros. Reconfortante, não é?
1 comentário:
Fantástico! Adorei
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