A Science publicou recentemente um estudo com preciosas conclusões acerca das movimentações humanas. E a que conclusão chegaram os senhores? Numa palavra, previsibilidade.
Sim, a mobilidade das pessoas é algo de extremamente previsível. Surpresa absoluta! Aquilo a que eu na minha ignorância de cidadão comum designaria por rotina, parece afinal um comportamento digno de estudo. Dizem-nos então que as deslocações obedecem a certos padrões e que quase não existem indivíduos espontâneos. Nova surpresa.
Como parece evidente, nem toda a gente pode acordar e, num capricho matinal, tomar o pequeno-almoço em Tóquio, correr para umas comprinhas em Nova Iorque e acabar o dia numa esplanada em Barcelona. Não, a maioria das pessoas, a esmagadoríssima maioria, limita-se a fazer o trajecto entre o quarto e a cozinha para o ritual do desjejum. Depois, traçada a rota até ao local de trabalho, é aguentar a jornada. Algo de surpreendente até aqui? Pois, bem me parecia.
Acresce, naturalmente, o facto de alguns hábitos se entranharem imperceptivelmente em nós. Comprar o pão na mesma padaria, mirar os títulos do dia no mesmo quiosque, aquelas coisas triviais e quotidianas que facilitam a vida.
Agora que a rotina pode ser um problema, disso não duvido. Sempre as mesmas filas de trânsito ou os costumados rostos infelizes no metro. Os dias que se sucedem num vazio repetitivo. Não, isso realmente não deixa ninguém feliz. É preciso combater essa monotonia! Vamos lá a ser originais e a entremear o inadiável dia-a-dia com uns programazinhos diferentes. Umas boas gargalhadas, jantares originais, passeios inusitados, tudo a bem da imprevisibilidade e do bom humor. Para dar cor à vida.
A música recomenda que mudemos de vida se não vivemos satisfeitos. E nunca é tarde, «estás sempre a tempo de mudar». Nada de pensar duas vezes. Toca a quebrar a rotina e a fazer valer cada momento.
2 comentários:
Só se entrega à rotina quem tem a mente absorta na mediocridade. Ainda que o "mal" (leia-se o mal rotineiro) seja biológico todos temos consciência dele e só nos entregamos à imolação da rotina se a nossa vida não fizer sentido.
Meu caro amigo, penso que tens toda a razão. Que tal começares a adoptar esse tipo de postura daqui em diante? Em vez de andares por aí entregue a esses males rotineiros?
Da tua maravilhosa e nada insípida amiga,
Marta;P
Enviar um comentário