domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sprezzatura

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Dá-me um prazer tremendo quando vejo dois filmes diferentes, que partilham o mesmo actor, mas isso parece nem se notar. Quando a caracterização, mas mais do que isso, a interpretação transforma uma pessoa e multiplica-a em distintas personagens.
É um facto que isso acaba por ser uma condição sine qua non para se ser actor, mas nem todos possuem esse dom, ou nem todos o alimentam e optam por redundar as suas carreiras em papéis repetitivos e similares.

Felizmente ainda vai existindo diferença e excelência nessa arte. E tudo isto apenas para referir aquela que ocupou um lugar nunca antes ocupado na minha vida: a minha actriz preferida. Meryl Streep. De arrogante e ameaçadora, em The Devil Wears Prada a determinada, persistente e até um pouco sinistra em Doubt ou ainda divertida e empolgante em Mamma Mia! – e revelando que também sabe cantar – Meryl mostra de que fibra é feita e torna-se apaixonante assistir ao seu trabalho. Está agora nomeada para o Óscar de melhor actriz em Julie & Júlia, onde, mais uma vez nos deslumbra, com uma personagem cómica e amorosa.

Adjectivos e personagens à parte. Quanto a mim, Meryl merece o Óscar de melhor actriz, não deste ou daquele filme, mas dos últimos tempos.

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