A primavera está quase a chegar. Mas não vem sozinha. Com ela chega a ansiada época de acasalamento ou, para não ferir susceptibilidades humanas, do matrimónio. Sim, porque ao contrário das andorinhas, das cegonhas e outros bichos com ou sem bico, o ser humano sente frequentemente a necessidade de oficializar a sua relação.
Noiva que é noiva ambiciona o dia perfeito para o casamento. Nem demasiado frio, para poder usar aquele vestido decotado que viu na montra do pronto-a-vestir, nem demasiado calor, para que os folhos e as caudas não se transformem num forno. Claro que a chuva também se dispensa, que entrar a pingar na nave da igreja ou correr até ao carro sob um guarda-chuva não serão certamente momentos a recordar no álbum do enlace. Chuva, só mesmo de arroz, ou pétalas róseas para as mais exigentes.
Maio ou Junho são os meses ideais. Mas há sempre uma ou outra futura esposa menos sortuda que se vê obrigada a adiar a cerimónia até ao tórrido mês de Agosto, única altura em que o tio Tony, do Massachussets, vem visitar a família ou quando o primo Pierre José se escapa da banlieue de Paris para uma incursão à terrinha portuguesa.
A pressão é grande. Enviar convites, dispor os convivas na mesa com cuidado, não vá ficar a Adelaide ao lado da tia Genoveva que a detesta, escolher pratos, discutir preços, tudo isto provoca grande stress ao casal de pombinhos.
É aqui que a catalã Laura Morata entra. A estilista decidiu criar vestidos de noiva que libertam odores relaxantes como jasmim ou lavanda. Que ideia, não é? Receio pelo noivo que, ao aproximar-se da amada pode, inalando as fragrâncias, descontrair demasiado e esquecer-se de pronunciar o sim definitivo. Mas não é só. Se se tratar de uma mosquinha morta, daquelas que parecem ter sido arrastadas até ao altar, também se arranja um vestido com morango ou maçã verde. Diz que estimula.
A ideia pode até ser boa, mas duvido que resista ao copo-d’água. Não há perfume nem odor agradável que aguente os vapores do creme de camarão, dos malfadados bifinhos com champignons ou do bacalhau à qualquer coisa. A tranquilidade regressará apenas quando for servida a sobremesa. Só que, da bavaroise de morango, da mousse de chocolate ou da tarte de amêndoa, o docinho favorito dos noivos é mesmo a lua de mel.
Agora que sabem disto, se notarem um comportamento diferente na moçoila diante do altar, não estranhem. Uma fragrância pode fazer milagres. E um noivo também.
1 comentário:
Já estou mesmo a ver que vai uma Cátia Vanessa ou Cristina Sofia com um desses vestidos nas noivas de santo antoninho!! Coitadas, para se casarem com o Fábio Patrício ou Valter Edmilson puderá. Assim também eu!
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