quinta-feira, 17 de junho de 2010

Tesouros escondidos

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A província, que é como quem diz Portugal, guarda nas cidades, nas pequenas vilas e nas velhas aldeias, grandes tesouros que mal se imaginam existir.

O museu de José Malhoa, ali em Caldas da Rainha, é uma dessas jóias meio escondidas pela distância da capital. O espólio de Malhoa, reunindo peças de vários museus da capital, aquando da sua criação na década de 30, em nada se envergonha diante das colecções do Museu de Arte Contemporânea (que deixa, diga-se, muito a desejar) e de outras instituições.

Escondido no Parque que depois se baptizou com o nome de D. Carlos I, os turistas e visitantes descobrem-no de repente, depois de se mirarem nas águas meio turvas do lago onde planam cisnes serenos. Lá dentro, das salas por onde se avistam os arvoredos do jardim, guardam-se obras do pintor caldense e de outros nomes do realismo e naturalismo nacionais. Segredo ainda mais bem guardado é a biblioteca, com um simpático acervo centrado nas artes, constituída sob o patrocínio da Fundação Gulbenkian.

Mesmo que não se admirem as secas cavacas ou a delicadíssima louça, de um requinte e bom gosto inenarráveis, as telas de Malhoa merecem uma vista de olhos. Ainda por cima a dois passos de Óbidos, a visita não será em vão.

Ah, e durante o horário de funcionamento do museu é possível ver o pincel do pintor, salvo seja, na estátua que fica em frente à entrada principal. É que, ao cair da noite, tira-se-lho da mão, não vá o diabo tecê-las.

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