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A província, que é como quem diz Portugal, guarda nas cidades, nas pequenas vilas e nas velhas aldeias, grandes tesouros que mal se imaginam existir.
Escondido no Parque que depois se baptizou com o nome de D. Carlos I, os turistas e visitantes descobrem-no de repente, depois de se mirarem nas águas meio turvas do lago onde planam cisnes serenos. Lá dentro, das salas por onde se avistam os arvoredos do jardim, guardam-se obras do pintor caldense e de outros nomes do realismo e naturalismo nacionais. Segredo ainda mais bem guardado é a biblioteca, com um simpático acervo centrado nas artes, constituída sob o patrocínio da Fundação Gulbenkian.
Mesmo que não se admirem as secas cavacas ou a delicadíssima louça, de um requinte e bom gosto inenarráveis, as telas de Malhoa merecem uma vista de olhos. Ainda por cima a dois passos de Óbidos, a visita não será em vão.
Ah, e durante o horário de funcionamento do museu é possível ver o pincel do pintor, salvo seja, na estátua que fica em frente à entrada principal. É que, ao cair da noite, tira-se-lho da mão, não vá o diabo tecê-las.
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