segunda-feira, 28 de junho de 2010

De luas

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Diz o povo, quando alguém parece ser inexplicavelmente inconstante, que é de luas.

Ora, há também quem diga que estes ditos populares algum fundamento hão-de ter. Eu começo a acreditar que sim. Agora que estamos em quarto minguante, tudo parece ter voltado à normalidade. Mas antes, com lua cheia, bem se passou um mau bocado.

É por isso que a expressão ser de luas vai deixando de me parecer tão popularucha e desadequada. Na semana do pleno arredondamento lunar o mundo, pelo menos o meu, esteve prestes a ruir. Os infortúnios, os desesperos, as frustrações e as ansiedades atingiram as dimensões de uma catástrofe sobre-humana. Paradoxalmente, nas noites mais iluminadas, nunca o cenário me pareceu tão escuro. Desalento é um adjectivo insuficiente para classificar certo estado de espírito.

Mas enfim, vai-se a ver e, agora que o disco lunar vai desaparecendo a cada dia, até ficar completamente oculto, as coisas retomam o caminho do costumado quotidiano. Relativizam-se os dramas, o que parecia irremediável deixa de o ser e o que julgámos impossível de acontecer passa-se ali, mesmo à nossa frente.

Que o satélite onde, dizem, até já chegou uma cadela russa, influência marés e mais qualquer coisa, isso é sabido. Mas ter o poder de, ou distorcer os factos ou, pelo menos, a forma de os encarar, é um nadinha mais duvidoso.

Bom, qualquer semelhança com um post pseudo-esotérico-astrológico é puro acaso. Só queria mesmo tentar perceber se a vida é de luas. Ou apenas serei eu?.

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