terça-feira, 22 de junho de 2010

O príncipe encantado

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A jovem Vitória da Suécia, quase uma «princesa do norte, do país da neve fria» como a velha cantiga reza, casou este sábado, não com o mouro da tradição, não com o príncipe encantado ou o cavaleiro andante mais cotado, mas sim com o seu personal trainer.

Verdade seja dita, o costume não é de todo inédito. Filipe de Espanha perdeu-se de amores pela jornalista Letizia e o próprio pai Carlos XVI Gustavo casou com a filha de um empresário germânico.

Esta coisa dos enlaces reais parece ter-se tornado um negócio exclusivamente do coração. Nada de casamentos impostos, amores proibidos, dramas domésticos à melhor maneira de Hollywood ou das novelas da Globo. Se para as cabecinhas mais liberais toda esta coisa de deixar o amor triunfar é muito bonita, os conservadores torcem o nariz a esta espécie de perversão dos costumes e da boa tradição. Então agora a realeza junta-se com a plebe? E pior, a lei da sucessão passa a preocupar-se unicamente com a primogenitura, ignorando completamente o sexo do herdeiro?

Diz o bordão que a tradição já não é o que era e, para o bem e para o mal, não é mesmo. Quanto ao príncipe encantado, e a realidade assim o prova, não passa de mera ilusão. E parece que até as princesas, aquelas de carne e osso com direito a coroa e a castelo, já perceberam a verdade deste refrão.