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Ai, as saudades que eu tinha de um estudo daqueles mesmo interessante cujas conclusões são já conhecidas de toda a gente. Excepto dos próprios investigadores, claro está.
Vamos por partes. Desta vez, a descoberta bombástica vem da Universidade de Turim que conclui, pasme-se, que a traição pode provocar problemas de saúde. Quem diria.
O estudo dos piemonteses afirma que os homens que traem (esses malvados sem coração) são mais propensos a ter enxaquecas e até a sofrer aneurismas. Pois, na minha terra chama-se remorso. Por outro lado, é irónico que, sendo neste caso as senhoras a andarem de testa enfeitada, sejam eles a ter de suportar as dores na cabeça.
As facadas na relação provocam igualmente danos na saúde da pessoa traída. Interessante, já que ninguém imagina que é normalmente essa pessoa quem mais sofre com estes episódios menos agradáveis. Diz quem sabe que as vítimas de infidelidade tendem a assumir comportamentos depressivos semelhantes aos habituais após um acidente de automóvel.
Além de incompreensível, a conclusão parece bastante óbvia. Em que estado ficará a pobre mulher que, sabendo das enormes puladelas de cerca do consorte, sai de casa desvairada, pega no carro e se despista na primeira curva apertada que lhe aparece no caminho? Aposto que vai ficar com sintomas de quem sofre acidentes de viação. E isto leva-nos à primeira conclusão, com um marido preocupado, cheio de culpa e de dores de cabeça.
E para não despontarem aqui e acolá acusações de machismo, lê-se ainda no mesmo estudo que um em cada quatro homens faz o que não deve e que um quinto das mulheres lhes segue o exemplo.
No fim de contas, Turim pode até ser uma cidade interessante. Já nos deu uma rainha, de seu nome Maria Pia, e hoje continua a encher-nos as estradas com Fiat. Mas estudos como este, definitivamente, não lhe acrescentam grande mérito.
terça-feira, 29 de março de 2011
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