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quarta-feira, 30 de março de 2011
Vintage Versace
Uma contemplação de
Hugo Franco d'Araújo
o relógio marcava
12:09
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terça-feira, 29 de março de 2011
Entre marido e mulher
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Ai, as saudades que eu tinha de um estudo daqueles mesmo interessante cujas conclusões são já conhecidas de toda a gente. Excepto dos próprios investigadores, claro está.
Vamos por partes. Desta vez, a descoberta bombástica vem da Universidade de Turim que conclui, pasme-se, que a traição pode provocar problemas de saúde. Quem diria.
O estudo dos piemonteses afirma que os homens que traem (esses malvados sem coração) são mais propensos a ter enxaquecas e até a sofrer aneurismas. Pois, na minha terra chama-se remorso. Por outro lado, é irónico que, sendo neste caso as senhoras a andarem de testa enfeitada, sejam eles a ter de suportar as dores na cabeça.
As facadas na relação provocam igualmente danos na saúde da pessoa traída. Interessante, já que ninguém imagina que é normalmente essa pessoa quem mais sofre com estes episódios menos agradáveis. Diz quem sabe que as vítimas de infidelidade tendem a assumir comportamentos depressivos semelhantes aos habituais após um acidente de automóvel.
Além de incompreensível, a conclusão parece bastante óbvia. Em que estado ficará a pobre mulher que, sabendo das enormes puladelas de cerca do consorte, sai de casa desvairada, pega no carro e se despista na primeira curva apertada que lhe aparece no caminho? Aposto que vai ficar com sintomas de quem sofre acidentes de viação. E isto leva-nos à primeira conclusão, com um marido preocupado, cheio de culpa e de dores de cabeça.
E para não despontarem aqui e acolá acusações de machismo, lê-se ainda no mesmo estudo que um em cada quatro homens faz o que não deve e que um quinto das mulheres lhes segue o exemplo.
No fim de contas, Turim pode até ser uma cidade interessante. Já nos deu uma rainha, de seu nome Maria Pia, e hoje continua a encher-nos as estradas com Fiat. Mas estudos como este, definitivamente, não lhe acrescentam grande mérito.
Ai, as saudades que eu tinha de um estudo daqueles mesmo interessante cujas conclusões são já conhecidas de toda a gente. Excepto dos próprios investigadores, claro está.
Vamos por partes. Desta vez, a descoberta bombástica vem da Universidade de Turim que conclui, pasme-se, que a traição pode provocar problemas de saúde. Quem diria.
O estudo dos piemonteses afirma que os homens que traem (esses malvados sem coração) são mais propensos a ter enxaquecas e até a sofrer aneurismas. Pois, na minha terra chama-se remorso. Por outro lado, é irónico que, sendo neste caso as senhoras a andarem de testa enfeitada, sejam eles a ter de suportar as dores na cabeça.
As facadas na relação provocam igualmente danos na saúde da pessoa traída. Interessante, já que ninguém imagina que é normalmente essa pessoa quem mais sofre com estes episódios menos agradáveis. Diz quem sabe que as vítimas de infidelidade tendem a assumir comportamentos depressivos semelhantes aos habituais após um acidente de automóvel.
Além de incompreensível, a conclusão parece bastante óbvia. Em que estado ficará a pobre mulher que, sabendo das enormes puladelas de cerca do consorte, sai de casa desvairada, pega no carro e se despista na primeira curva apertada que lhe aparece no caminho? Aposto que vai ficar com sintomas de quem sofre acidentes de viação. E isto leva-nos à primeira conclusão, com um marido preocupado, cheio de culpa e de dores de cabeça.
E para não despontarem aqui e acolá acusações de machismo, lê-se ainda no mesmo estudo que um em cada quatro homens faz o que não deve e que um quinto das mulheres lhes segue o exemplo.
No fim de contas, Turim pode até ser uma cidade interessante. Já nos deu uma rainha, de seu nome Maria Pia, e hoje continua a encher-nos as estradas com Fiat. Mas estudos como este, definitivamente, não lhe acrescentam grande mérito.
Uma contemplação de
Hugo Franco d'Araújo
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23:29
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sábado, 26 de março de 2011
sexta-feira, 25 de março de 2011
Disco riscado
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Trinta dias tem o mês,
Três oitavas o Natal,
Três ladrões tem este reino,
Rainha, Saldanha e Cabral.
Trinta dias tem o mês,
Três oitavas o Natal,
Três ladrões tem este reino,
Rainha, Saldanha e Cabral.
Cancioneiro Popular
Uma contemplação de
Hugo Franco d'Araújo
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18:14
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quinta-feira, 24 de março de 2011
Deitado na realidade
Uma contemplação de
Hugo Franco d'Araújo
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23:53
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sexta-feira, 18 de março de 2011
Das primaveras
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Ao cair das primeiras folhas amarelecidas, quando um véu cinzento ia esbatendo as memórias dos dias de calor e ócio, arregaçava as mangas e preparava-se alegremente para enfrentar o Inverno.
Quando a chuva lavava os sorrisos das faces e as cores alegres se ocultavam debaixo dos sobretudos negros e severos, tornava-se ainda mais jovial. Havia que enfrentar de peito cheio o frio e a chuva, enquanto durasse a espera por nova alegria estival.
Esse era, de resto, o mote que o fazia encarar com optimismo o inverno que se avizinhava, incansavelmente. Ano após ano. Era o consolo de saber que chegaria depois uma primavera, que as árvores voltariam a florir, que os campos espraiando-se a perder de vista haviam novamente de ficar cobertos pelos trevos e malmequeres que despontavam com as águas de Março.
Sim, era esse ciclo que lhe dava alento suficiente. A certeza de que as adversidades, inevitáveis como cada Inverno, acabariam esquecidas sob o Verão que traria a alvura do sol mesmo aos recantos em que uma sombra cinzenta teimara ainda em ficar.
Mas, se sorria nas quatro estações, não o fazia com a mesma leveza na vida. Nela não os ciclos não se repetiam incessantemente durante doze meses. Nela, eram necessários anos para que o sol voltasse a aquecer as vidraças onde deslizavam ainda gotículas de uma chuvada anterior. Nela, os verões podiam parecer intermináveis mas findar abruptamente, empurrados por uma tempestade súbita como nas terras tropicais.
Nela, enfim, vivia-se a incerteza do dia seguinte. Se as coisas se repetiriam dia ou não, apenas o tempo guardava a resposta. E esse passava. Passava, certo de nunca voltar atrás e de se renovar num movimento perpétuo a que nenhum inverno haveria de pôr fim.
Ao cair das primeiras folhas amarelecidas, quando um véu cinzento ia esbatendo as memórias dos dias de calor e ócio, arregaçava as mangas e preparava-se alegremente para enfrentar o Inverno.
Quando a chuva lavava os sorrisos das faces e as cores alegres se ocultavam debaixo dos sobretudos negros e severos, tornava-se ainda mais jovial. Havia que enfrentar de peito cheio o frio e a chuva, enquanto durasse a espera por nova alegria estival.
Esse era, de resto, o mote que o fazia encarar com optimismo o inverno que se avizinhava, incansavelmente. Ano após ano. Era o consolo de saber que chegaria depois uma primavera, que as árvores voltariam a florir, que os campos espraiando-se a perder de vista haviam novamente de ficar cobertos pelos trevos e malmequeres que despontavam com as águas de Março.
Sim, era esse ciclo que lhe dava alento suficiente. A certeza de que as adversidades, inevitáveis como cada Inverno, acabariam esquecidas sob o Verão que traria a alvura do sol mesmo aos recantos em que uma sombra cinzenta teimara ainda em ficar.
Mas, se sorria nas quatro estações, não o fazia com a mesma leveza na vida. Nela não os ciclos não se repetiam incessantemente durante doze meses. Nela, eram necessários anos para que o sol voltasse a aquecer as vidraças onde deslizavam ainda gotículas de uma chuvada anterior. Nela, os verões podiam parecer intermináveis mas findar abruptamente, empurrados por uma tempestade súbita como nas terras tropicais.
Nela, enfim, vivia-se a incerteza do dia seguinte. Se as coisas se repetiriam dia ou não, apenas o tempo guardava a resposta. E esse passava. Passava, certo de nunca voltar atrás e de se renovar num movimento perpétuo a que nenhum inverno haveria de pôr fim.
Uma contemplação de
Hugo Franco d'Araújo
o relógio marcava
20:00
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domingo, 13 de março de 2011
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