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domingo, 31 de janeiro de 2010
Le Grand Tour
Uma contemplação de
Hugo Franco d'Araújo
o relógio marcava
23:47
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Deitar cedo e cedo erguer
As estações de metropolitano são pródigas em pérolas publicitárias. Esta, especialmente atractiva pela importância da informação e pertinência da questão, devemo-la a um anunciante que prefiro não mencionar, até por não ter qualquer vantagem em divulgar o Inatel.
Diga-se que a afirmação, que me parece pertencer a um vasto grupo de estatísticas dificilmente apuráveis com rigor, deve ser bastante verossímil. A pergunta surpreende-me. Não sabemos todos que é de madrugada que mais se trabalha? Pois é. Por isso, o esclarecimento sobre o que fazemos até o sol nascer é simples: produzimos!
Um ou dois exemplozitos, para tornar a ideia mais clara. Na faculdade, no início de cada semestre, impõem-nos uma série de trabalhos de interesse discutível. Quando os fazemos nós? Na véspera da data limite de entrega, três meses após o começo das aulas… E como a benevolência de alguns professores atinge níveis enternecedores, permitem-nos usar as novas tecnologias e enviar uma cópia do texto por e-mail, mesmo até à meia-noite. Depois do clique final há um momento de terror, ao perceber que faltou rever o texto ou acrescentar a bibliografia. E há-de ser um espectáculo bonito, ver a caixa de correio electrónico dos senhores, entupida com trabalhos que só começaram a chegar lá para as 23h53.
Para quem, felizmente, já ultrapassou esta fase, não existem grandes diferenças. No escritório, logo de manhã, de olhos inchados e raciocínio especialmente lento, dormita-se um bocadinho diante da secretária. A seguir, o café e o almoço ajudam a despertar. E durante a tarde, já a todo o vapor, quase no auge da capacidade de trabalho, aproveita-se para fazer aquele telefonemazinho para a família, bisbilhotar o facebook e esboçar um ou dois posts para o blog do escriturário. Quanto ao relatório que deveria estar na mesa do director desde a véspera, pode sempre ser acabado em casa, ao serão, mesmo que tenham de se introduzir dados no computador até à hora de acordar.
Eis pois esta necessidade de produzir, de labutar, que nos mantém despertos até tão tarde. Se ainda restam dúvidas, veja-se a confirmação: passa das três horas da manhã e aqui estou, alcandurado no belvedere, deliciosamente ocupado a rabiscar mais uma contemplação.
Uma contemplação de
Hugo Franco d'Araújo
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
O quê? Mais?
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Estamos perante o melhor e mais prestável serviço público que a televisão portuguesa nos pode oferecer. Porque as modas comandam e agora, mais do que nunca, os vampiros parecem estar em voga, a TVI decidiu responder aos mais fortes anseios dos portugueses, pondo no ar uma série que retrata os profundos dramas do vampiro adolescente.
Não querendo ficar para trás e demonstrando que é igualmente inovadora, também a SIC nos presenteia com o mesmo formato, para que a aflição, compreensível, de só haver uma série sobre jovens vampiros seja aplacada.
Porquê isto? Perguntar-se-á o mais comum dos mortais a quem, tal como eu, custa descortinar a lógica televisiva. Eu explico. Depois de muito pensar, apercebi-me o quão avançados são estes dois canais. Deixando de lado preconceitos e etnocentrismos, decidiram mostrar-nos um grupo que está à margem da sociedade, os vampiros, revelando os amargos dias de um jovem vampiro romântico. Porquê duas séries? Uma não chega, caro leitor, por serem muitos os problemas e complicações enfrentados pelo vampiro adolescente: Quem morder? Como? Será que vou morder bem? Será que vai gostar dos meus dentes? Vai doer? Vai ser bom?
É interessante o que podemos aprender sobre esta minoria social. Em ambas as séries, o jogo favorito da rapaziada é o râguebi e têm, como palco comum, a vila de Sintra (o vampiro é um tipo que gosta da fauna).
Belo fenómeno este, em que as livrarias estão cheias de obras dedicadas ao tema, o cinema vai tendo a sua dose e agora a televisão também reclamou uma quota-parte de vampiros.
Está bem.
E que tal uma proposta difícil? Lua Vermelha e Destino Imortal, descubra as diferenças. Enquanto jogam eu vou ver televisão, está a passar na RTP1 a segunda temporada da série Sangue Fresco.
Estamos perante o melhor e mais prestável serviço público que a televisão portuguesa nos pode oferecer. Porque as modas comandam e agora, mais do que nunca, os vampiros parecem estar em voga, a TVI decidiu responder aos mais fortes anseios dos portugueses, pondo no ar uma série que retrata os profundos dramas do vampiro adolescente.
Não querendo ficar para trás e demonstrando que é igualmente inovadora, também a SIC nos presenteia com o mesmo formato, para que a aflição, compreensível, de só haver uma série sobre jovens vampiros seja aplacada.
Porquê isto? Perguntar-se-á o mais comum dos mortais a quem, tal como eu, custa descortinar a lógica televisiva. Eu explico. Depois de muito pensar, apercebi-me o quão avançados são estes dois canais. Deixando de lado preconceitos e etnocentrismos, decidiram mostrar-nos um grupo que está à margem da sociedade, os vampiros, revelando os amargos dias de um jovem vampiro romântico. Porquê duas séries? Uma não chega, caro leitor, por serem muitos os problemas e complicações enfrentados pelo vampiro adolescente: Quem morder? Como? Será que vou morder bem? Será que vai gostar dos meus dentes? Vai doer? Vai ser bom?
É interessante o que podemos aprender sobre esta minoria social. Em ambas as séries, o jogo favorito da rapaziada é o râguebi e têm, como palco comum, a vila de Sintra (o vampiro é um tipo que gosta da fauna).
Belo fenómeno este, em que as livrarias estão cheias de obras dedicadas ao tema, o cinema vai tendo a sua dose e agora a televisão também reclamou uma quota-parte de vampiros.
Está bem.
E que tal uma proposta difícil? Lua Vermelha e Destino Imortal, descubra as diferenças. Enquanto jogam eu vou ver televisão, está a passar na RTP1 a segunda temporada da série Sangue Fresco.
Uma contemplação de
Miguel Ribeiro Pedras
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15:54
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The best servant
Uma contemplação de
Miguel Ribeiro Pedras
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Das inspirações
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«Por Deus, tenham um blog!»
Os blogues estão na moda. O Vaticano, nem tanto. Para remediar a situação, Sua Santidade incentivou os padres a que se aventurassem no fascinante mundo da internet, numa espécie de cruzada cibernáutica contra os infiéis de hoje em dia.
Atendendo involuntariamente ao apelo do senhor Ratzinger, com a vantagem de não beneficiar do celibato, também nós criámos uma destas coisinhas. Agora é pôr mãos à obra, proceder a uma cómoda instalação no belvedere e, gozando das vistas, ir dizendo de nossa justiça.
As palavras de Bento XVI não poderiam ter vindo em melhor ocasião. Em plena crise de inspiração, sem saber por onde começar, que isto de dar início a um blog tem de ter a sua pertinente solenidade, o papesco apelo trouxe o ingrediente que faltava. Graças a ele, está servido o primeiro post. Esperemos que vos tenha aguçado o apetite.
«Por Deus, tenham um blog!»
Os blogues estão na moda. O Vaticano, nem tanto. Para remediar a situação, Sua Santidade incentivou os padres a que se aventurassem no fascinante mundo da internet, numa espécie de cruzada cibernáutica contra os infiéis de hoje em dia.
Atendendo involuntariamente ao apelo do senhor Ratzinger, com a vantagem de não beneficiar do celibato, também nós criámos uma destas coisinhas. Agora é pôr mãos à obra, proceder a uma cómoda instalação no belvedere e, gozando das vistas, ir dizendo de nossa justiça.
As palavras de Bento XVI não poderiam ter vindo em melhor ocasião. Em plena crise de inspiração, sem saber por onde começar, que isto de dar início a um blog tem de ter a sua pertinente solenidade, o papesco apelo trouxe o ingrediente que faltava. Graças a ele, está servido o primeiro post. Esperemos que vos tenha aguçado o apetite.
Uma contemplação de
Hugo Franco d'Araújo
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